Wednesday, September 30, 2009
Tuesday, September 29, 2009
Colisões Galácticas - As vezes são inevitáveis
O Medo como Orientador da Nossa Vida
Uma vez que estamos sós no mundo, ou pelo menos não tão sós como gostaríamos de estar, temos o dever de dominar as nossas explosões, de fazer com que as explosões inevitáveis da nossa maldade ou da nossa bondade paradoxais vão aproximativamente no sentido do fim aproximativo. Quanto ao fim, talvez não seja lá muito importante determiná-lo com a precisão sádica que encontramos no sistema do mundo e no destino quando ambos se associam para determinar a posição do homem no espaço e no tempo.
Devemos evidentemente batermo-nos contra os dois, e como o mais importante é manter a direcção justa do fim talvez errado, é-nos necessário aguçar a nossa lucidez a fim de a tornarmos cortante como uma lâmina, acerada como uma seta, percuciente como uma punção. É graças a essa lucidez que funciona a nossa consciência, que não passa afinal de uma transcrição idílica do nosso medo, porque o medo lembra-nos infatigavelmente a direcção justa, e se sufocarmos o nosso medo, perderemos a possibilidade de nos orientarmos numa direcção determinada e daremos aqui e ali lugar a uma série de estúpidas explosões privadas, causando os piores estragos para um mínimo de resultados. É por isso que devemos conservar dentro de nós o nosso medo como um porto sempre livre de gelos que nos ajude a passar o Inverno, e também como uma corrente submarina vibrando por baixo da superfície gelada dos rios.
Stig Dagerman, in 'A Ilha dos Condenados'
Monday, September 28, 2009
CDS: De pacatez no Caldas a sede de campanha transformada em discoteca
CDS: De pacatez no Caldas a sede de campanha transformada em discoteca
28 de Setembro de 2009, 00:56
A noite eleitoral do CDS-PP começou pacata na sede de campanha. Apenas os jornalistas a fazerem movimentar o espaço e o cheiro a fritos da comida que se punha a jeito para alimentar os trabalhadores da noite. Mas, com a expressão «terceira força política» a espreitar nos rodapés das televisões, os apoiantes saíram de casa em massa e transformaram o Caldas numa discoteca popular.
Primeiro, aguardam-se os resultados e depois faz-se a festa. Parece ter sido esta a máxima seguida pelos dirigentes do CDS e respectivos apoiantes. Paulo Portas foi o último líder partidário a discursar e os seus militantes também tardaram em aparecer. Mas chegaram e fizeram a festa.
No Largo Adelino Amaro da Costa, local onde o CDS-PP tem a sua sede, à medida que cada deputado ia sendo confirmado como eleito, as bandeiras azuis e brancas aumentavam, as palmas foram crescendo de tom e o espaço, já de si pequeno, quase não chegou para acolher os que por ali quiseram passar.
E porque, antes do presidente do partido falar, já se antevia que o trabalho dos jornalistas seria difícil, o director de campanha do CDS tentou meter água na fervura e acalmar o entusiasmo. João Rebelo tentou. Pediu, delicadamente. Ordenou que se sentassem e abrissem espaço. Mas em vão. A noite era dos populares e quanto mais ali coubessem mais entrariam.
O líder entrou, emocionado, discursou, entusiasmado, e ouviu, atento, os cânticos da Juventude Popular que sobe sempre o tom de voz para calar todos os outros.
Mas no fim, ninguém arredou pé. A sede do partido passou de local de discussão política a discoteca para os presentes. As luzes azuis do espectáculo ajudaram à festa e a música subiu de tom. Olhando para trás, para o terceiro lugar do podium, nas varandas os discípulos de Portas dançavam nas varandas. E não era o hino cantado por Dina. Era música de dança para marcar o ritmo acelerado de quem chegou ao dois dígitos.
Fonte: sapo.pt
28 de Setembro de 2009, 00:56
A noite eleitoral do CDS-PP começou pacata na sede de campanha. Apenas os jornalistas a fazerem movimentar o espaço e o cheiro a fritos da comida que se punha a jeito para alimentar os trabalhadores da noite. Mas, com a expressão «terceira força política» a espreitar nos rodapés das televisões, os apoiantes saíram de casa em massa e transformaram o Caldas numa discoteca popular.
Primeiro, aguardam-se os resultados e depois faz-se a festa. Parece ter sido esta a máxima seguida pelos dirigentes do CDS e respectivos apoiantes. Paulo Portas foi o último líder partidário a discursar e os seus militantes também tardaram em aparecer. Mas chegaram e fizeram a festa.
No Largo Adelino Amaro da Costa, local onde o CDS-PP tem a sua sede, à medida que cada deputado ia sendo confirmado como eleito, as bandeiras azuis e brancas aumentavam, as palmas foram crescendo de tom e o espaço, já de si pequeno, quase não chegou para acolher os que por ali quiseram passar.
E porque, antes do presidente do partido falar, já se antevia que o trabalho dos jornalistas seria difícil, o director de campanha do CDS tentou meter água na fervura e acalmar o entusiasmo. João Rebelo tentou. Pediu, delicadamente. Ordenou que se sentassem e abrissem espaço. Mas em vão. A noite era dos populares e quanto mais ali coubessem mais entrariam.
O líder entrou, emocionado, discursou, entusiasmado, e ouviu, atento, os cânticos da Juventude Popular que sobe sempre o tom de voz para calar todos os outros.
Mas no fim, ninguém arredou pé. A sede do partido passou de local de discussão política a discoteca para os presentes. As luzes azuis do espectáculo ajudaram à festa e a música subiu de tom. Olhando para trás, para o terceiro lugar do podium, nas varandas os discípulos de Portas dançavam nas varandas. E não era o hino cantado por Dina. Era música de dança para marcar o ritmo acelerado de quem chegou ao dois dígitos.
Fonte: sapo.pt
Friday, September 25, 2009
Vota em consciência!
Estamos no último dia de campanha.
De norte a sul de Portugal e em todas as ilhas - encontrámos cada vez
mais pessoas a pensar como nós. No Parlamento fomos o Partido que mais
trabalhou, na campanha fomos o Partido que menos gastou. Fizemos uma
campanha poupada nos recursos - respeitamos as dificuldades do país - mas
forte nas ideias. Fomos o Partido que mais propostas apresentou, que mais
soluções deu para os problemas que hoje enfrentamos. Ao longo desta
campanha nunca nos faltou convicção e entusiasmo.
Quero agradecer o seu apoio e dedicação. Mas ainda preciso de lhe pedir
mais:
Peço-lhe que até Domingo fale com a sua família, convença os seus
amigos, motive os que estão indecisos. Agora é voto a voto. Um só voto
pode fazer uma grande diferença.
Estamos muito perto de ter um grande resultado. É fundamental, para
Portugal, que o CDS fique à frente da extrema-esquerda. Não é com
nacionalizações e aumentos de imposto que se estimula a economia e cria
emprego.
Escrevo-lhe hoje porque sinto que estamos num momento de mudança. Um
momento decisivo.
O país deixado pelos socialistas tem mais impostos e menos crescimento,
mais desemprego e menos empresas, mais endividamento e menos produtividade,
mais dependência do exterior e menos exportações, mais rendimento mínimo
e menos pensões, mais pobreza e menos mobilidade social, mais criminalidade
e menos justiça, mais violência e menos autoridade, mais desmotivação
nos professores e menos exigência nos alunos, portugueses a mais sem
médico de família e urgências a menos para os doentes. É este, no
essencial, o balanço económico e social dos socialistas.
No país que os socialistas governaram, o Estado falhou em responsabilidades
que são fundamentais. Não há Estado de Direito quando a sociedade não
acredita na justiça. Não há liberdade individual quando não há
segurança colectiva. Não há economia de mercado quando não há
concorrência efectiva. Não há confiança no sistema financeiro quando o
regulador do sistema financeiro não inspira confiança. Não há moral para
exigir deveres aos cidadãos quando o Estado deixa sempre as suas
responsabilidades por assumir.
No Domingo, os Portugueses podem censurar quem merece ser censurado e
premiar quem merece ser premiado. O PS governou mal. Sócrates tem de levar
um cartão vermelho. Na oposição, foi o CDS quem mais trabalhou.
Precisamos de ter mais força.
Somos um Partido de convicções e soluções. Não nos limitamos a dizer
mal. Apresentámos alternativas. Defendemos uma economia de mercado com
responsabilidade ética. Queremos bancos decentes e não bancos de fraudes.
Apostamos radicalmente nas PMEs. 280.000 empresas estão a lutar, todos os
dias, para garantir 2 milhões de empregos. Queremos menos impostos e
impostos mais amigos da família. Valorizamos os sectores produtivos. Não
abandonamos o mundo rural nem os recursos do Mar. Pedimos melhor protecção
social dos jovens e casais no desemprego. As pensões mínimas de quem
trabalhou toda a vida são a nossa prioridade. É preciso travar os abusos
do Rendimento Mínimo. A aposta nos jovens é o nosso desafio. Protegemos a
autoridade dos professores e defendemos a exigência na escola.
Temos soluções humanistas para a saúde. Reclamamos mais polícia com
autoridade. Propomos julgamentos rápidos para travar o crime.
Demos provas de trabalho. Somos alternativa confiável. José Sócrates é o
passado. A extrema-esquerda é o pior do nosso passado. O CDS é o futuro.
Pedimos o seu apoio. Por Portugal.
Com um forte abraço,
Paulo Portas
De norte a sul de Portugal e em todas as ilhas - encontrámos cada vez
mais pessoas a pensar como nós. No Parlamento fomos o Partido que mais
trabalhou, na campanha fomos o Partido que menos gastou. Fizemos uma
campanha poupada nos recursos - respeitamos as dificuldades do país - mas
forte nas ideias. Fomos o Partido que mais propostas apresentou, que mais
soluções deu para os problemas que hoje enfrentamos. Ao longo desta
campanha nunca nos faltou convicção e entusiasmo.
Quero agradecer o seu apoio e dedicação. Mas ainda preciso de lhe pedir
mais:
Peço-lhe que até Domingo fale com a sua família, convença os seus
amigos, motive os que estão indecisos. Agora é voto a voto. Um só voto
pode fazer uma grande diferença.
Estamos muito perto de ter um grande resultado. É fundamental, para
Portugal, que o CDS fique à frente da extrema-esquerda. Não é com
nacionalizações e aumentos de imposto que se estimula a economia e cria
emprego.
Escrevo-lhe hoje porque sinto que estamos num momento de mudança. Um
momento decisivo.
O país deixado pelos socialistas tem mais impostos e menos crescimento,
mais desemprego e menos empresas, mais endividamento e menos produtividade,
mais dependência do exterior e menos exportações, mais rendimento mínimo
e menos pensões, mais pobreza e menos mobilidade social, mais criminalidade
e menos justiça, mais violência e menos autoridade, mais desmotivação
nos professores e menos exigência nos alunos, portugueses a mais sem
médico de família e urgências a menos para os doentes. É este, no
essencial, o balanço económico e social dos socialistas.
No país que os socialistas governaram, o Estado falhou em responsabilidades
que são fundamentais. Não há Estado de Direito quando a sociedade não
acredita na justiça. Não há liberdade individual quando não há
segurança colectiva. Não há economia de mercado quando não há
concorrência efectiva. Não há confiança no sistema financeiro quando o
regulador do sistema financeiro não inspira confiança. Não há moral para
exigir deveres aos cidadãos quando o Estado deixa sempre as suas
responsabilidades por assumir.
No Domingo, os Portugueses podem censurar quem merece ser censurado e
premiar quem merece ser premiado. O PS governou mal. Sócrates tem de levar
um cartão vermelho. Na oposição, foi o CDS quem mais trabalhou.
Precisamos de ter mais força.
Somos um Partido de convicções e soluções. Não nos limitamos a dizer
mal. Apresentámos alternativas. Defendemos uma economia de mercado com
responsabilidade ética. Queremos bancos decentes e não bancos de fraudes.
Apostamos radicalmente nas PMEs. 280.000 empresas estão a lutar, todos os
dias, para garantir 2 milhões de empregos. Queremos menos impostos e
impostos mais amigos da família. Valorizamos os sectores produtivos. Não
abandonamos o mundo rural nem os recursos do Mar. Pedimos melhor protecção
social dos jovens e casais no desemprego. As pensões mínimas de quem
trabalhou toda a vida são a nossa prioridade. É preciso travar os abusos
do Rendimento Mínimo. A aposta nos jovens é o nosso desafio. Protegemos a
autoridade dos professores e defendemos a exigência na escola.
Temos soluções humanistas para a saúde. Reclamamos mais polícia com
autoridade. Propomos julgamentos rápidos para travar o crime.
Demos provas de trabalho. Somos alternativa confiável. José Sócrates é o
passado. A extrema-esquerda é o pior do nosso passado. O CDS é o futuro.
Pedimos o seu apoio. Por Portugal.
Com um forte abraço,
Paulo Portas
Saturday, September 19, 2009
Friday, September 18, 2009
Friday, September 11, 2009
Thursday, September 10, 2009
Sport Lisboa e Benfica- O Maior Clube Português
A Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS), conhecida pelos vários rankings mensais e anuais associados ao Futebol, divulgou hoje um novo ranking, denominado por Ranking de Clube Europeu do Século XX. O Benfica surge no 9º lugar, com o FC Porto a ocupar a 29º posição, cabendo ao Sporting fechar o pódio português no 47º posto. O Ranking é liderado, sem grande surpresa, pelo Real Madrid.
Para a determinação do ranking contam os resultados dos jogos das várias provas europeias desde 1901 até 2000 (Taça Mitropa começou por ex. em 1927), não sendo contabilizados os jogos dos vários campeonatos nacionais, já que a IFFHS defende que as Ligas Nacionais são apenas um meio para chegar às competições continentais (Liga dos Campeões, Europa League, etc, etc) onde aí, efectivamente, é possível comparar as várias equipas. Neste Ranking estão apenas presentes equipas europeias, e as provas mais importantes têm um peso superior a provas «menores».
Classificação:
1. Real Madrid, 563,50 pontos
2. Juventus, 466,00
3. FC Barcelona, 458,00
4. AC Milan, 399,75
5. Bayern Munique, 399,00
6. Inter de Milão, 362,00
7. Ajax, 332,75
8. Liverpool, 300,25
9. Benfica, 299,00
10. Anderlecht, 231,00
Outros clubes portugueses:
29. FC Porto, 115,00
47. Sporting, 68,00
110. V. Setúbal, 21,00
Pesos das várias competições:
Taça e Liga dos Campeões (oito pontos por vitória e quatro por empate)
Taça das Feiras e Taça UEFA (seis pontos por vitória e três pontos por empate)
Taça das Taças (cinco pontos por vitória e 2,5 por empate)
Taça Mitropa (quatro pontos por vitória e dois por empate)
Taça Latina (quatro pontos por vitória e dois por empate)
Supertaça Europeia (6,5 pontos por vitória e 3,25 por empate).
Fonte:
Para a determinação do ranking contam os resultados dos jogos das várias provas europeias desde 1901 até 2000 (Taça Mitropa começou por ex. em 1927), não sendo contabilizados os jogos dos vários campeonatos nacionais, já que a IFFHS defende que as Ligas Nacionais são apenas um meio para chegar às competições continentais (Liga dos Campeões, Europa League, etc, etc) onde aí, efectivamente, é possível comparar as várias equipas. Neste Ranking estão apenas presentes equipas europeias, e as provas mais importantes têm um peso superior a provas «menores».
Classificação:
1. Real Madrid, 563,50 pontos
2. Juventus, 466,00
3. FC Barcelona, 458,00
4. AC Milan, 399,75
5. Bayern Munique, 399,00
6. Inter de Milão, 362,00
7. Ajax, 332,75
8. Liverpool, 300,25
9. Benfica, 299,00
10. Anderlecht, 231,00
Outros clubes portugueses:
29. FC Porto, 115,00
47. Sporting, 68,00
110. V. Setúbal, 21,00
Pesos das várias competições:
Taça e Liga dos Campeões (oito pontos por vitória e quatro por empate)
Taça das Feiras e Taça UEFA (seis pontos por vitória e três pontos por empate)
Taça das Taças (cinco pontos por vitória e 2,5 por empate)
Taça Mitropa (quatro pontos por vitória e dois por empate)
Taça Latina (quatro pontos por vitória e dois por empate)
Supertaça Europeia (6,5 pontos por vitória e 3,25 por empate).
Fonte:
Wednesday, September 02, 2009
Portugal 'à deriva'. Quem nos acode?
A Análise
Portugal 'à deriva'. Quem nos acode?
Esta democracia não resiste a esta economia. Sem resposta eficaz para o presente afundamento económico, a actual democracia acabará por ser substituída.
Vivemos, em geral, sob a ‘ditadura’ do curto prazo. Também nos domínios económico, financeiro e social, estamos circunscritos ao ‘trimestre’. O método que se usa é fácil e bem acolhido porque consente todas as interpretações e, por isso, a todos serve. Mas tem um grave efeito redutor porque os portugueses ficam sem saber como estão e para onde os levam. Têm hoje uma visão que não passa do dia seguinte.
Os consequentes custos políticos são enormes, porque se cuida sempre e só da conjuntura, omite-se as análises e as indispensáveis soluções estruturais.
Trata-se de uma prática que explica, em grande parte, o afundamento incessante do nosso País. Com ela não ocorrerá qualquer mudança, de fundo e indispensável, porque as verdadeiras soluções são sempre desconhecidas. Temos os factos a demonstrá-lo: entram e saem governos, partidos e políticos, anos sucedem-se a outros anos, mas o agravamento da economia, das finanças e do ‘social’ é uma constante.
Baseados nestas análises, meramente conjunturais e com falta de entendimento das tendências da globalização, há os que pensam num destino português sempre ‘pendurado’ em alguém (África, Índia, Brasil e União Europeia): e assim se escusam de quaisquer preocupações, embora nunca identifiquem quem e por que estará disposto a ‘carregar’ connosco, já em 2015-2020.
"O optimismo é hoje uma pura mistificação" (como bem sublinha Vasco Pulido Valente) mas, mesmo assim, ainda há ‘optimistas’ por aí! Do outro lado estão os chamados ‘pessimistas’: aqueles que tentam ver mais longe e mais fundo, defendem a dignidade do País, exigem responsabilidades e não crêem que tenhamos o direito de transformá-lo no mendigo da Europa.
Os nossos graves e visíveis desequilíbrios financeiros com inevitáveis efeitos sociais só podem ser enfrentados pela drástica redução das despesas e/ou pelo rápido crescimento da economia.
O ataque às despesas públicas é, de há muito, um completo fracasso, tentado por todos os governos. Estes saem e tudo fica pior.
Duas razões o explicam: a primeira é a quase estagnação da nossa economia (0,8% anuais, entre 2000 e 2008); a segunda é a natureza das despesas que mais pesam nas contas públicas e que são as do ‘pessoal’ e as das ‘prestações sociais’. Muito rígidas, correspondiam já a cerca de 78% da despesa primária (total menos juros), em 2008.
Quem é beneficiário destes pagamentos?
São 700 000 funcionários, cerca de 3 400 000 reformados, perto de 350 000 titulares do RSI, uns 300 000 desempregados e outros centos de milhares de subsidiados diversos, num total superior a 6 milhões de indivíduos.
Isto é: temos estes 60 a 70% de eleitores inscritos, que são militantes atentos e empenhados do ‘Partido do Estado’!
Quem vai ‘tocar-lhes’, num prazo que ainda possa ser útil?
É muito pequeno o mercado interno português e, por isso, só através das exportações e da substituição de importações poderemos registar crescimentos significativos da economia e do emprego. Ocorre que o contributo das exportações para a nossa economia tem sido muito pequeno: 32-33% do PIB, em média, desde há muitos anos.
Temos, portanto, uma decisiva prioridade: alargar, suficiente, urgente e competitivamente, o nosso tecido produtivo.
Não exportaremos muito mais desde que não produzamos competitivamente.
Porque só agora se dá, preocupadamente, por isso?
Com o escudo, disfarçámos facilmente esta nossa tradicional debilidade porque, quando se perdia, perigosamente, competitividade, desvalorizava-se a moeda e, em alguns meses, restabelecia-se um certo equilíbrio.
Agora, com o euro, nada disso é possível.
O quadro é este: competimos mal e exportamos pouco; não temos moeda própria e não podemos corrigir facilmente a situação; a economia cresce devagar, o desemprego sobe, os défices externos são dos mais altos do mundo e o endividamento é insustentável.
Numa palavra: estamos ‘encurralados’.
O panorama dos últimos dez anos é muito sombrio e, sobre ele, os partidos não se pronunciam, clara e autonomamente, não analisam com rigor os factos e não alvitram quaisquer soluções à altura das necessidades.
Não se compreende este alheamento, mas é um facto.
E, porque estamos no domínio da política, tem de perguntar-se o que tem o Estado a fazer, sendo certo que há matérias em que só ele pode e deve fazer.
Duas coisas, a meu ver: primeiro, averiguar com cuidado por que há investidores interessados na Hungria, na Polónia, na República Checa, na Eslovénia ou na Eslováquia, e não querem vir para Portugal, havendo mesmo os que daqui se ‘deslocalizam’; segundo, com base nessa análise, apresentar ao País uma proposta das reformas necessárias para criar vantagens comparativas nas opções respeitantes aos investimentos para as exportações/substituição de importações.
É certo haver áreas públicas relevantes e que pesam nas opções dos investidores: leis do trabalho, impostos e taxas, tribunais, especialização da mão-de-obra, burocracia, nível da corrupção, mercado do arrendamento, custos energéticos e das telecomunicações, secretismo dos PIN, benefícios atribuídos casuisticamente e sem controlo, etc.
Hoje, porém, ninguém sabe em que medida, de modo seguro, sistemático e inequívoco, se foge, cada vez mais, de investir em Portugal para se investir no Leste europeu.
Podemos todos ‘achar’ que sabemos – como é usual entre nós! – mas sem as indispensáveis certezas que fundamentem políticas eficazes.
Vale a pena recordar que o melhor período da nossa economia, no século passado, se deveu, em especial, à entrada para a EFTA e ao estatuto privilegiado contido no Anexo G. As vantagens comparativas então conseguidas atraíram para Portugal numerosas e decisivas indústrias, hoje em incontida debandada.
Em função das novas circunstâncias, impõe-se-nos agora criar vantagens comparativas, afeiçoadas às realidades internacionais presentes.
Se o eleitorado aprovasse as propostas apresentadas para o efeito, qualquer Governo teria legitimidade democrática para executá-las.
Se as rejeitasse, assumiria democraticamente a responsabilidade pelas consequências do marasmo económico, isto é, o elevado desemprego, os baixos salários, as prestações sociais exíguas, a pobreza crescente, as desigualdades, o endividamento e o temor do futuro.
Na verdade, é legítimo que um povo opte pela pobreza, desde que compreenda bem o sentido e as consequências do que vota.
Não como nos encontramos hoje: com uma caricatura de democracia, baseada no engano das gentes e na estreiteza das competências, os portugueses arrastam-se ‘às cegas’ para um desastre, que não é desejado, nem pressentido.
É que não basta aos governos realizar algumas coisas positivas, o que com todos sempre acontece: porque, se faltar ‘a’ obra essencial, tudo será em vão.
Há momentos históricos dependentes, decisivamente, de um só ‘pormenor’
O Estado Novo naufragou por falta de solução para as guerras coloniais; sem resposta eficaz para o presente afundamento económico, a actual democracia mergulhará o nosso País numa confusão financeira e social, de efeitos dificilmente previsíveis, e acabará por ser substituída. Provavelmente, entre 2015 e 2020.
As eleições que estão à vista serão decisivas, neste contexto de acelerada decadência: o ataque frontal às fragilidades da economia é hoje ‘o’ verdadeiro problema de Portugal, o que importa relevar vivamente.
Porque, se não houver uma proposta política que o contemple, nem a identificação prévia da gente, competente e séria, que irá concretizá-la, não teremos cura que chegue para a questão económica.
Mostram-se o PS e o PSD à altura destas necessidades prementes do País?
Se forem o mesmo PS, que leva agora onze em catorze anos de Governo, e o mesmo PSD, que soma três, as minhas preocupações atingirão o grau do ‘pavor’.
Pede-se-lhes, por isso, três coisas apenas: primeira, um pequeno programa, claro e curto, e não, como usualmente, uma ‘apólice’ de seguro para enganar os eleitores, que contemple só as medidas indispensáveis para atingir os objectivos económicos enunciados; segundo, a indicação dos nomes previstos para as Finanças, a Economia, a Justiça, a Educação e a Segurança Social, garantes da sua execução, já que os ‘partidos’, em si mesmos, não gozam da confiança da maioria dos portugueses; e, terceiro, que restaurem a ética na política.
Só assim me parece que haverá condições para iniciar um processo de reconstrução, porque legitimado pelo voto esclarecido e responsável de uma maioria.
Qualquer maioria?
Absoluta de um partido, não: os estragos irreparáveis já produzidos em Portugal, nestes quatro anos, dos quais Sócrates nem sequer tem consciência, constituem uma duríssima e inesquecível lição.
Maioria relativa, sim, se apoiada no tal programa, em tais personalidades e em nome de valores éticos.
O que verdadeiramente espero?
Que o PS e o PSD se compenetrem de que vivemos num tempo histórico, muito arriscado, incerto e ameaçador: se falharem, mais uma vez em quase duas décadas, acabará por ser varrida a partidocracia que ergueram e comandam em Portugal.
Medina Carreira, Ex-ministro das Finanças
in correio da manhã, 30 agosto 2009
Portugal 'à deriva'. Quem nos acode?
Esta democracia não resiste a esta economia. Sem resposta eficaz para o presente afundamento económico, a actual democracia acabará por ser substituída.
Vivemos, em geral, sob a ‘ditadura’ do curto prazo. Também nos domínios económico, financeiro e social, estamos circunscritos ao ‘trimestre’. O método que se usa é fácil e bem acolhido porque consente todas as interpretações e, por isso, a todos serve. Mas tem um grave efeito redutor porque os portugueses ficam sem saber como estão e para onde os levam. Têm hoje uma visão que não passa do dia seguinte.
Os consequentes custos políticos são enormes, porque se cuida sempre e só da conjuntura, omite-se as análises e as indispensáveis soluções estruturais.
Trata-se de uma prática que explica, em grande parte, o afundamento incessante do nosso País. Com ela não ocorrerá qualquer mudança, de fundo e indispensável, porque as verdadeiras soluções são sempre desconhecidas. Temos os factos a demonstrá-lo: entram e saem governos, partidos e políticos, anos sucedem-se a outros anos, mas o agravamento da economia, das finanças e do ‘social’ é uma constante.
Baseados nestas análises, meramente conjunturais e com falta de entendimento das tendências da globalização, há os que pensam num destino português sempre ‘pendurado’ em alguém (África, Índia, Brasil e União Europeia): e assim se escusam de quaisquer preocupações, embora nunca identifiquem quem e por que estará disposto a ‘carregar’ connosco, já em 2015-2020.
"O optimismo é hoje uma pura mistificação" (como bem sublinha Vasco Pulido Valente) mas, mesmo assim, ainda há ‘optimistas’ por aí! Do outro lado estão os chamados ‘pessimistas’: aqueles que tentam ver mais longe e mais fundo, defendem a dignidade do País, exigem responsabilidades e não crêem que tenhamos o direito de transformá-lo no mendigo da Europa.
Os nossos graves e visíveis desequilíbrios financeiros com inevitáveis efeitos sociais só podem ser enfrentados pela drástica redução das despesas e/ou pelo rápido crescimento da economia.
O ataque às despesas públicas é, de há muito, um completo fracasso, tentado por todos os governos. Estes saem e tudo fica pior.
Duas razões o explicam: a primeira é a quase estagnação da nossa economia (0,8% anuais, entre 2000 e 2008); a segunda é a natureza das despesas que mais pesam nas contas públicas e que são as do ‘pessoal’ e as das ‘prestações sociais’. Muito rígidas, correspondiam já a cerca de 78% da despesa primária (total menos juros), em 2008.
Quem é beneficiário destes pagamentos?
São 700 000 funcionários, cerca de 3 400 000 reformados, perto de 350 000 titulares do RSI, uns 300 000 desempregados e outros centos de milhares de subsidiados diversos, num total superior a 6 milhões de indivíduos.
Isto é: temos estes 60 a 70% de eleitores inscritos, que são militantes atentos e empenhados do ‘Partido do Estado’!
Quem vai ‘tocar-lhes’, num prazo que ainda possa ser útil?
É muito pequeno o mercado interno português e, por isso, só através das exportações e da substituição de importações poderemos registar crescimentos significativos da economia e do emprego. Ocorre que o contributo das exportações para a nossa economia tem sido muito pequeno: 32-33% do PIB, em média, desde há muitos anos.
Temos, portanto, uma decisiva prioridade: alargar, suficiente, urgente e competitivamente, o nosso tecido produtivo.
Não exportaremos muito mais desde que não produzamos competitivamente.
Porque só agora se dá, preocupadamente, por isso?
Com o escudo, disfarçámos facilmente esta nossa tradicional debilidade porque, quando se perdia, perigosamente, competitividade, desvalorizava-se a moeda e, em alguns meses, restabelecia-se um certo equilíbrio.
Agora, com o euro, nada disso é possível.
O quadro é este: competimos mal e exportamos pouco; não temos moeda própria e não podemos corrigir facilmente a situação; a economia cresce devagar, o desemprego sobe, os défices externos são dos mais altos do mundo e o endividamento é insustentável.
Numa palavra: estamos ‘encurralados’.
O panorama dos últimos dez anos é muito sombrio e, sobre ele, os partidos não se pronunciam, clara e autonomamente, não analisam com rigor os factos e não alvitram quaisquer soluções à altura das necessidades.
Não se compreende este alheamento, mas é um facto.
E, porque estamos no domínio da política, tem de perguntar-se o que tem o Estado a fazer, sendo certo que há matérias em que só ele pode e deve fazer.
Duas coisas, a meu ver: primeiro, averiguar com cuidado por que há investidores interessados na Hungria, na Polónia, na República Checa, na Eslovénia ou na Eslováquia, e não querem vir para Portugal, havendo mesmo os que daqui se ‘deslocalizam’; segundo, com base nessa análise, apresentar ao País uma proposta das reformas necessárias para criar vantagens comparativas nas opções respeitantes aos investimentos para as exportações/substituição de importações.
É certo haver áreas públicas relevantes e que pesam nas opções dos investidores: leis do trabalho, impostos e taxas, tribunais, especialização da mão-de-obra, burocracia, nível da corrupção, mercado do arrendamento, custos energéticos e das telecomunicações, secretismo dos PIN, benefícios atribuídos casuisticamente e sem controlo, etc.
Hoje, porém, ninguém sabe em que medida, de modo seguro, sistemático e inequívoco, se foge, cada vez mais, de investir em Portugal para se investir no Leste europeu.
Podemos todos ‘achar’ que sabemos – como é usual entre nós! – mas sem as indispensáveis certezas que fundamentem políticas eficazes.
Vale a pena recordar que o melhor período da nossa economia, no século passado, se deveu, em especial, à entrada para a EFTA e ao estatuto privilegiado contido no Anexo G. As vantagens comparativas então conseguidas atraíram para Portugal numerosas e decisivas indústrias, hoje em incontida debandada.
Em função das novas circunstâncias, impõe-se-nos agora criar vantagens comparativas, afeiçoadas às realidades internacionais presentes.
Se o eleitorado aprovasse as propostas apresentadas para o efeito, qualquer Governo teria legitimidade democrática para executá-las.
Se as rejeitasse, assumiria democraticamente a responsabilidade pelas consequências do marasmo económico, isto é, o elevado desemprego, os baixos salários, as prestações sociais exíguas, a pobreza crescente, as desigualdades, o endividamento e o temor do futuro.
Na verdade, é legítimo que um povo opte pela pobreza, desde que compreenda bem o sentido e as consequências do que vota.
Não como nos encontramos hoje: com uma caricatura de democracia, baseada no engano das gentes e na estreiteza das competências, os portugueses arrastam-se ‘às cegas’ para um desastre, que não é desejado, nem pressentido.
É que não basta aos governos realizar algumas coisas positivas, o que com todos sempre acontece: porque, se faltar ‘a’ obra essencial, tudo será em vão.
Há momentos históricos dependentes, decisivamente, de um só ‘pormenor’
O Estado Novo naufragou por falta de solução para as guerras coloniais; sem resposta eficaz para o presente afundamento económico, a actual democracia mergulhará o nosso País numa confusão financeira e social, de efeitos dificilmente previsíveis, e acabará por ser substituída. Provavelmente, entre 2015 e 2020.
As eleições que estão à vista serão decisivas, neste contexto de acelerada decadência: o ataque frontal às fragilidades da economia é hoje ‘o’ verdadeiro problema de Portugal, o que importa relevar vivamente.
Porque, se não houver uma proposta política que o contemple, nem a identificação prévia da gente, competente e séria, que irá concretizá-la, não teremos cura que chegue para a questão económica.
Mostram-se o PS e o PSD à altura destas necessidades prementes do País?
Se forem o mesmo PS, que leva agora onze em catorze anos de Governo, e o mesmo PSD, que soma três, as minhas preocupações atingirão o grau do ‘pavor’.
Pede-se-lhes, por isso, três coisas apenas: primeira, um pequeno programa, claro e curto, e não, como usualmente, uma ‘apólice’ de seguro para enganar os eleitores, que contemple só as medidas indispensáveis para atingir os objectivos económicos enunciados; segundo, a indicação dos nomes previstos para as Finanças, a Economia, a Justiça, a Educação e a Segurança Social, garantes da sua execução, já que os ‘partidos’, em si mesmos, não gozam da confiança da maioria dos portugueses; e, terceiro, que restaurem a ética na política.
Só assim me parece que haverá condições para iniciar um processo de reconstrução, porque legitimado pelo voto esclarecido e responsável de uma maioria.
Qualquer maioria?
Absoluta de um partido, não: os estragos irreparáveis já produzidos em Portugal, nestes quatro anos, dos quais Sócrates nem sequer tem consciência, constituem uma duríssima e inesquecível lição.
Maioria relativa, sim, se apoiada no tal programa, em tais personalidades e em nome de valores éticos.
O que verdadeiramente espero?
Que o PS e o PSD se compenetrem de que vivemos num tempo histórico, muito arriscado, incerto e ameaçador: se falharem, mais uma vez em quase duas décadas, acabará por ser varrida a partidocracia que ergueram e comandam em Portugal.
Medina Carreira, Ex-ministro das Finanças
in correio da manhã, 30 agosto 2009
Reflexões do Professor Medina Carreira
"Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular. Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularucho» porque não dependo do aparelho político!"
"Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9... Isto é ensino...é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!"
"Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1% em 2...esta economia não resiste num país europeu."
"Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse."
"Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis? P'ra gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha que sim? A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela? Quer dizer, isto está tudo louco!"
"Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo for..."
"Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:
-Um desapareceu;
-O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora;
-O outro foi mandado embora pelo Presidente da República;
-E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim e fazer alguma coisa..."
"O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal. Tentou. Foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá... Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado."
"Mas você acredita nesse «considerado bem»? Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400? Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos? E não vejo intervenção da polícia... Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença!"
"De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter, eventualmente, o nome de Lisboa no tratado. É, mas não passa disso. É só para entreter a gente..."
"Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos: -Prometem aquilo que sabem que não podem."
"A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar. Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva.... O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos?"
"Os exames são uma vergonha. Você acredita que num ano a média de Matemática é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira! Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser completamente desgraçada! "
"A minha opinião desde há muito tempo é TGV- Não! Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo. "Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não? Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe... Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português!"
"Nós em Portugal sabemos é resolver o problema dos outros: A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios... Receber os prisioneiros de Guantanamo? «Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...» Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e deixemos lá os outros... Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros. Olhemos para nós!"
"A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos. Quando passar lá fora, a crise passará cá. Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise. Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a maldita crise. Não é!"
"Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia: Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões! Quem é que vai pagar?"
"Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade. Era vender sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a falar de pedir dinheiro emprestado lá fora, pô-lo a circular, o pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir..."
"Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia...Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação... Poupe-me a esse espectáculo...."
"Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê? Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo... Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas. Isso é descentralizar a «bandalheira»."
"Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12ºano e agora vai seguir Medicina... Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina... Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação... Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice..."
"É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar. Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe."
"Até há cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos outros... Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho... Hoje, acrescento-lhe só o «muito». Digo-lhe que a gente vai empobrecer, provavelmente com muito barulho... Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai haver «muito barulho». Os portugueses que interpretem o que quiserem..."
"Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira! Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente útil. É só conversa e portanto, não acreditem... No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a angústia da economia portuguesa."
"Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta inter-penetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas... Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si... Porque é que se vai buscar políticos para as empresas? É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política... Um político é um político. E um empresário é um empresário. E não deve haver confusões entre uma coisa e outra.. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro...é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade."
"Este país não vai de habilidades nem de espectáculos. Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país!"
"Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista».... Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito... Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir.
O Português está farto de ser enganado!
"Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular. Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularucho» porque não dependo do aparelho político!"
"Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9... Isto é ensino...é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!"
"Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1% em 2...esta economia não resiste num país europeu."
"Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse."
"Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis? P'ra gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha que sim? A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela? Quer dizer, isto está tudo louco!"
"Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo for..."
"Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:
-Um desapareceu;
-O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora;
-O outro foi mandado embora pelo Presidente da República;
-E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim e fazer alguma coisa..."
"O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal. Tentou. Foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá... Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado."
"Mas você acredita nesse «considerado bem»? Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400? Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos? E não vejo intervenção da polícia... Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença!"
"De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter, eventualmente, o nome de Lisboa no tratado. É, mas não passa disso. É só para entreter a gente..."
"Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos: -Prometem aquilo que sabem que não podem."
"A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar. Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva.... O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos?"
"Os exames são uma vergonha. Você acredita que num ano a média de Matemática é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira! Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser completamente desgraçada! "
"A minha opinião desde há muito tempo é TGV- Não! Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo. "Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não? Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe... Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português!"
"Nós em Portugal sabemos é resolver o problema dos outros: A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios... Receber os prisioneiros de Guantanamo? «Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...» Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e deixemos lá os outros... Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros. Olhemos para nós!"
"A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos. Quando passar lá fora, a crise passará cá. Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise. Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a maldita crise. Não é!"
"Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia: Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões! Quem é que vai pagar?"
"Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade. Era vender sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a falar de pedir dinheiro emprestado lá fora, pô-lo a circular, o pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir..."
"Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia...Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação... Poupe-me a esse espectáculo...."
"Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê? Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo... Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas. Isso é descentralizar a «bandalheira»."
"Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12ºano e agora vai seguir Medicina... Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina... Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação... Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice..."
"É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar. Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe."
"Até há cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos outros... Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho... Hoje, acrescento-lhe só o «muito». Digo-lhe que a gente vai empobrecer, provavelmente com muito barulho... Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai haver «muito barulho». Os portugueses que interpretem o que quiserem..."
"Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira! Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente útil. É só conversa e portanto, não acreditem... No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a angústia da economia portuguesa."
"Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta inter-penetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas... Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si... Porque é que se vai buscar políticos para as empresas? É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política... Um político é um político. E um empresário é um empresário. E não deve haver confusões entre uma coisa e outra.. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro...é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade."
"Este país não vai de habilidades nem de espectáculos. Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país!"
"Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista».... Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito... Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir.
O Português está farto de ser enganado!
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