“Sem título”
Escrever
Pensar
De um mundo que não existe
Qualquer
Multifacetado
Sem propósito
Nem precisão
Qualquer
Instintivo
Onde o preto é branco
O branco, preto
Sem cor
Com cores que passam despercebidas
Porque não vêem nada
Ainda que se vejam
Apenas esse esforço vão de serem luz
Qualquer tonalidade sozinha
Sem companhia
Para deixar logo de ser cor
E ficar apenas a ser
Preto
Branco
Escrever
Pensar
Esse mundo qualquer
Que futilidade da memória
Que pretensão do pensamento oco
Vazio de ecos que se perdem
Para
O mundo
Que ainda não existe
Viver eternamente
Esse futuro longínquo
No presente efémero
Já passado sem cor
O branco
Sobre o preto
Luz de cores
Espalhadas na fugacidade presente
Projectada em ondas sem descanso
A repousarem infatigáveis
Na eternidade futura
JCR ‘83
3 comments:
o grande amigo poeta.
Como eu gostei deste poema.
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